O Dia de Campo Cravil realizado nos dias 11 e 12 de fevereiro reuniu cerca de 2 mil pessoas no Polo Tecnológico da Cooperativa em Lontras. O evento que tem como objetivo apresentar as diferentes possibilidades de cultivo na região para oportunizar uma produção sustentável, já é tradicional na Cooperativa, mas este ano superou as expectativas.
Além de produtores, profissionais do setor e estudantes, autoridades da região também prestigiaram o evento, entre elas, a prefeita do município de Lontras, Martina Zucatelli, que deu as boas-vindas aos visitantes: “Estamos sempre de braços abertos para receber todos, e ficamos felizes em poder ser anfitriões desse evento tão importante para a agricultura de toda a região”.
Os visitantes puderam percorrer 34 estações divididas em pecuária leiteira, grãos – milho, soja e feijão -, hortaliças, arroz irrigado e máquinas e equipamentos. Para o presidente da Epagri, Luiz Hesmann, que esteve no Dia de Campo Cravil também representando o Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, os dias de campo são a maneira mais moderna de levar inovação e tecnologia para o homem do campo. “Sempre digo que nós da Epagri podemos errar, estamos pesquisando, experimentando, mas o agricultor já não tem mais tempo para errar e nem para perder dinheiro”, destacou.
Para o presidente da Cravil, Harry Dorow, o Dia de Campo superou as expectativas em público e em qualidade. “Essa demonstração no campo tecnológico, oportuniza que o produtor conheça as novidades e possa discutir as novas tecnologias ali mesmo com técnicos e voltar casa com informações que podem ser aplicadas na propriedade dele”.
O solo como prioridade
No Dia de Campo Cravil, além de novidades, tecnologias, o produtor pode tirar dúvidas e aprender um pouco mais sobre conservação do solo, manejo de plantas daninhas resistentes e a forma correta da utilização do Equipamento de Proteção Individual. O engenheiro agrônomo da Cravil, Tiago Henrique Petry, estava na estação onde o papo era sobre conservação do solo e explicou um pouquinho sobre o assunto. “Nós queremos que o produtor compreenda o quanto é importante manter uma cobertura vegetal sobre o solo, essa atitude ajuda a evitar a erosão e ainda garante uma melhor produtividade na próxima lavoura a ser implantada”.
De acordo com o profissional, que fez uma demonstração prática da ação da água na terra, o plantio direto é uma ótima alternativa para diminuir a perda do solo. “No modelo convencional de plantio a perda de solo pode chegar até 40 toneladas por hectare por ano, já no sistema de plantio direto, na palha, essas perdas caem para duas ou três toneladas por hectare por ano”. A indicação é que o produtor faça a rotação de cultura utilizando plantas que deixam uma maior cobertura no solo, como o milho e o milheto. A cobertura verde, com aveia ou azevem também é uma alternativa.
Segurança e rentabilidade
Em outro estande, o engenheiro agrônomo da Cravil, Héderson Dalpiaz, falou das estratégias para o manejo correto de ervas daninhas resistentes, dentre elas está o manejo de inverno. No período de inverno quando a erva daninha está com o desenvolvimento mais lento, o produtor deve entrar com uma medida de controle, fazendo uma cobertura vegetal na área, e ainda, dentro das possibilidades fazer uso de herbicidas seletivos. “Desta maneira, o produtor estará criando uma competição nesta fase que a planta está fragilizada, fazendo com que diminua a população dessas plantas na cultura de verão, que poder se tanto a soja como o milho”, completou.
Outra estratégia sugerida para controlar as ervas daninhas resistentes é a dessecação antecipada. A ação promove uma palhada mais uniforme e facilita bastante a prática de semeadura. “No momento dessa dessecação antecipada é importante que se faça uma associação de produtos com princípios ativos e, principalmente, com mecanismos de ações diferentes, isso para aumentar a eficiência do controle dessas plantas daninhas e que evitar que novas espécies adquiram resistência”, destacou Dalpiaz.
A rotação de cultura também deve ser uma prática adotada nas propriedades, ela traz uma série de benefícios, entre eles, a quebra do ciclo de doenças e de pragas, melhora a vida microbiana no solo, e ainda possibilita a utilização de produtos com mecanismos de ações diferentes no controle pós-emergente. “Essas são algumas das estratégias que vão otimizar o controle de ervas daninhas, principalmente as resistentes, mas o produtor precisa estar atento, porque cada caso é um caso e deve ser avaliado separadamente”, conclui.
Para falar de segurança no Dia de Campo Cravil, o escolhido foi o engenheiro agrônomo e gerente da Loja Agrícola em Ituporanga, Antonio Sausen. O profissional demonstrou, com a ajuda de um boneco, a forma indicada de vestir o Equipamento de Proteção Individual, o EPI, e ressaltou a importância dele para a saúde do agricultor. “A forma correta de colocar e retirar o EPI é essencial para a segurança, só seguindo essas orientações é que o produtor estará preservando a saúde”.
De acordo com Sausen, a colocação do EPI inicia pela calça, segue com o jaleco, o avental e a bota de borracha. Em seguida vem os equipamentos da cabeça: máscara, viseira e a touca e, por último as luvas. Já na hora de retirar o processo é um pouco diferente. “Começamos pela touca e a viseira, depois partimos para o avental, a bota, a calça, e o jaleco, sobrou então duas peças, a luva e a máscara, primeiro tira-se a luva para não encostar no rosto e, por último, a máscara”.
Novas oportunidades
Durante os dois dias de evento os visitantes puderam conhecer mais de 15 híbridos de milho para plantio cedo ou tarde, tanto para grãos, como para silagem. Na área de soja, o número de variedades também ultrapassou os 15, já na área de pastagem uma coleção de variedades perenes chamo a atenção do agricultor que trabalha com bovinocultura de leite, que pôde comparar o desenvolvimento de cada uma.
Na área destinada ao arroz, destaque para a nova variedade SCS 121 CL e o arroz aromático. “Trabalhamos com uma coleção que envolve todas as variedades comerciais da Epagri que existe em Santa Catarina, desde o 108 até o último lançamento, o 121. Além disso, a novidade deste ano também está na coleção de materiais arbóreos, o arroz aromático”, explicou o engenheiro agrônomo da Cravil, Gentil Colla Junior.
Ainda na área de arroz, o produtor pode conferir um ensaio de fungicida e outra de população de plantas, que testou principalmente a variedade SCS 121 CL. “No ensaio de população de plantas podemos acompanhar o teto produtivo e a evolução do material na região”, destacou o agrônomo.
O Balcão de Negócios que apresentou mais de 170 animais, das raças Jersey e Holandesa, foi um sucesso. Alguns animais foram vendidos durante os dois dias de evento e outros estão em negociação. “A expectativa é que, pelo menos, 90% dos animais colocados à venda sejam, efetivamente, vendidos. O que nós fazemos é oportunizar o intercâmbio, a partir do Dia de Campo, produtores mantêm contato e fecham negócios”, explicou o gerente de produção da Cravil, Moacir Warmling.
A Cooperativa, em nome do seu Conselho de Administração, agradece a presença de todos e o empenho de toda sua equipe e dos parceiros para a realização de mais um Dia de Campo Cravil.